A inteligência artificial (IA) chegou às escolas, mas ainda é mal compreendida por muitos docentes. É comum ouvir que ela vai substituir o professor ou que automatiza o ensino de forma impessoal. No entanto, a IA só é eficaz quando guiada por alguém que entende de educação. E esse alguém é o professor.
A IA não pensa por conta própria. Ela responde a comandos − os chamados prompts. Um prompt bem construído é como uma pergunta inteligente feita por um professor experiente: clara, contextualizada e com propósito pedagógico. Quanto mais preciso for o comando, mais útil será a resposta da IA. O contrário também é verdadeiro − prompts vagos geram respostas genéricas e pouco aplicáveis. Trabalhar com IA não é a mesma coisa que fazer uma pesquisa no Google.
Saber conversar com a IA é hoje uma habilidade profissional. Não se trata de “ter sorte” com a ferramenta, mas de desenvolver um raciocínio lógico, pedagógico e criativo para orientá-la. Um professor que domina essa prática pode gerar planos de aula personalizados, adaptar materiais para alunos com TEA ou TDAH, elaborar avaliações, criar jogos educativos e muito mais.
A IA não tem repertório didático. Quem tem é o professor. A IA não conhece os estudantes. Quem conhece é o professor. Por isso, a tecnologia só é potente quando colocada a serviço de uma intencionalidade educativa. Utiliza bem a IA que sabe escrever, quem tem conhecimento, que sabe pensar. É necessário ler o texto produzido pela ferramenta, conferir se não há “alucinações”, realizar correções, algumas aparas.
O professor continua no centro do processo. A IA é ferramenta, não substituto. E toda ferramenta precisa de uma mente crítica, ética e sensível para guiá-la: a mente docente.